"Se a música é o alimento do amor não parem de tocar. Dêem-me música em excesso; tanta que, depois de saciar, mate de náusea o apetite."
William Shakespeare

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Falando de Rock... Hoje: Deep Purple "MK III"

Falar do Deep Purple é como falar de 6 ou 7 bandas diferentes ao mesmo tempo, devido as constantes mudanças de formação e pelo período, nada pequeno, que a banda passou inativa. Devido a isso vou plantar a estaca nas duas fases da banda, que para mim, tiveram mais relevância em grau de inovações em relação ao que já era feito naquela época, época boa por sinal. À fase clássica da banda, aquela fase do single Smoke on the Water parece clichê e peculiar, na verdade é mesmo, mas ainda tem dada importância pois a maioria dos "fãs" ficam contentes em conhecer apenas este single ou apenas esta fase. Falando um pouco da bem conhecida fase II, a mais bem sucedida comercialmente, com Ian Gillan nos vocais, John Lord nas teclas, Richie Blackmore na guitarra... o Deep Purple mostrou-se original frente ao contexto atual, pois incorporava elementos de música erudita (principalmente pela formação clássica de John Lord) e blues rock ( o que era inevitável) ao seu som. Tal formação começou quando o chatíssimo Blackmore ficou insatisfeito com a sonoridade da banda, e teve a grande ideia de deixar o som mais elétrico o que traria certa novidade frente ao cenário atual de inovações. Ao tentar implementar uma cara nova a banda Blackmore e John Lord perceberam que o primeiro vocalista Rod Evans não acompanharia as mudanças, principalmente pelas raízes muito fixas ao blues.

Tal evento serviu como porta de entrada para o jovem Ian Gillan que era naquele momento a engrenagem que daria movimentação a maquina chamada Deep Purple! O som da banda se tornou envolvente e explosivo o que ficou muito claro no álbum In Rock, o primeiro dessa formação, que gerou boas críticas e arrecadou a primeira leva de fãs, o single Black Night, foi parar no segundo lugar das paradas britânicas, ficando por lá algumas semanas. O lançamento do segundo disco gerava boas expectativas na crítica especializada, expectativas que foram bem atendidas. O álbum veio com uma face mais experimental que o anterior, com grandes passagens puramente instrumentais, o que fez dele um álbum superior ao anterior. O ápice do sucesso dos britânicos do Deep Purple aconteceu com o lançamento do single inspirado por um incêndio de um cassino em Las Vegas, durante a preparação de um show de nada mais nada menos do que Frank Zappa, a música se chamou Smoke on the Water e foi lançada no álbum Machine Head, que por muitos é considerado o melhor álbum da banda. Até hoje nas performances ao vivo da atual formação, são tocadas ao menos 4 músicas da 7 contidas no álbum. 

O sucesso trouxe o estrelato, records e principalmente intrigas entre os membros da banda, principalmente entre Gillan e Blackmore, o que fez com que Gillan saísse em 1973. Tal fato foi doloroso para os fãs da época, doloroso porque nenhum deles sabia o que estava por vir. Pouco tempo após a saída de Gillan, Glen Hughes foi acoplado a banda, pois além de ser muito talentoso, resolvia dois problemas a saída do renomado vocalista e a saída do baixista Roger Glover. O problema estava resolvido, no entanto Richie Blackmore acariciava a ideia de colocar um outro vocalista paralelo a Hughes, ideia que resultou na contratação de David Coverdale. Estava montada o que pra mim foi e sempre será a melhor e mais completa formação do Deep Purple! O álbum Burn, tinha a base montada sobre a melhor de todas as sonoridades que já haviam sido exploradas nos álbuns anteriores, só que com as características vocais e arranjos instrumentais muito mais complexos. O entrosamento entre os Hughes e Coverdale era absolutamente incrível, inclusive ao vivo, e os revezamentos vocais entre os dois se tornaram marca registrada juntamente com a presença das teclas de Lord que se tornou absoluta, mas o melhor estava por vir, o álbum Strombringer foi o auge! 

O Deep Purple mergulhou de cabeça na influência do Soul (funky) apenas sugerida em Burn, o que trouxe ao álbum uma característica impar. Após a turnê de promoção do álbum o chatíssimo Blackmore ficou insatisfeito com o resultado dos dois últimos álbuns e decidiu sair da banda usando o seguinte argumento: "O Deep Purple é uma banda de rock, e não uma banda de soul.", argumento infantil. Será que tal fato pode ser explicado das teclas de Lord e os vocais de Hughes/Coverdale terem ofuscado o brilho do "líder"? De fato tal pergunta soa bem pertinente. Mais ainda bem que Blackmore saiu, pois sem isso, nós nunca teríamos conhecido a sua banda genial que tinha Ronnie James Dio nos vocais, a não tão popular Rainbow (muito boa banda por sinal, vou falar sobre ela no blog algum dia). Fato é que mesmo nesse pequeno fragmento da história do Deep Purple, pode-se perceber com clareza o papel desta banda para o heavy metal, hard rock e outras vertentes. Juntamente com o Black Sabbath e Led Zeppelin. o Deep Purple faz parte da "sopa primitiva" do rock pesado, escutar sua discografia é entender parte do caminho no qual o rock andou.








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