Salve salve! Depois de um longo período de
silênico retorno das cinzas postando algumas coisas nada interesssantes
[risos]. Voltando a escrever pensei em fazer uma série chamada "Falando de Rock..." onde eu vou comentar sobre bandas de
rock que exerceram grande influência na música do século XX, vou
começar pelos britânicos do Black Sabbath. Há quem
diga que a semente de um dos gêneros mais populares do rock surgiu com o
lançamento do single Purple Haze quando Jimi Hendrix foi além da
transição blues/rock e sugeriu o que depois de algumas evoluções e
lapidações seria chamado de Heavy Metal. Se tal estilo existe, deve-se
muito ao som pesado, sujo e distorcido dos gênios do Black Sabbath. As
guitarras pesadas de Tommy Iommi, o baixo bem marcado e presente de
Geezer Blutler, juntamente com à constância rítmica de Bill Ward somada
ao timbre exótico de Ozzy Osbourne formaram algo absolutamente incomum
para a época, uma espécie de "blues do mal" que alucinava a atual
geração britânica com sede de inovações. A utilização dos evitados
trítonos ( intervalos de 4ª aumentada (#4) ou 5ª diminuta (b5).) era
implementada de forma comum o que dava ainda mais peso e consistência ao
som da banda, as letras sombrias do primeiro álbum também agiram como
um agente promocional e criador de polêmicas, o que fez com que a banda
ganhasse o ignorante e mal empregado título de "satânica".
Os álbuns seguintes foram berço de muitas ideais, que seriam re-aproveitadas por outras bandas em outras épocas, inclusive nos dias atuais. Quem vai esquecer do riff louco da música Iron Man do álbum Paranoid? Ou da experimental afinação de guitarra e baixo em C# no álbum Master of Reality? Quando se apagará a profundidade da balada Changes presente no álbum Vol.4 ou a exatidão do single Sabbath Bloody Sabbath que encabeça este álbum mágico? Após a saída de Ozzy no final da turnê de promoção do álbum amado e odiado Never Say Die!, muitos fã deram por terminado o período de glória da banda, o que de fato não aconteceu mesmo após a mudança de sonoridade ocasionada pela chegada do genial vocalista Ronnie James Dio. O que seria do rock sem os álbuns Heaven and Hell e Mobs of Rules? De fato Dio levou o Sabbath a um plano diferente, nem superior nem inferior, apenas diferente.
Apesar de Dio não ter continuado por muito tempo, e não ter gravado muitos álbuns, sua estada no Sabbath foi importante, sem ele, as sonoridades exploradas durante sua passagem nunca teriam existido. Após a saída de Dio, Bluter e Iommi se viram sem vocalista, e o escolhido para tal função foi o já bem conhecido Ian Gillan, do Deep Purple. Por mais que muitos fãs e críticos musicais considerem o álbum um dos maiores equívocos do rock, eu considero-o no mínimo próprio e original, por mais que a sonoridade não seja tão fácil de ser absorvida como nos álbuns anteriores, tanto os da era Ozzy, como os da era Dio. Fato é, que até a passagem de Tony Martin com todo o drama de um vocalista de Love Metal e seus agudos e gritos que só funcionavam no estúdio não foi totalmente descartável, ao menos para mim. A passagem relâmpago de Glen Hughes durante o álbum Seventh Star não deu tanta margem para se definir ou classificar, não foi um álbum muito ouvido e nem elogiado por fãs ou pela crítica, da mesma forma que não foi tão oprimido, um álbum quase nulo, infelizmente, pois Hughes é um cantor estupendo e um grande músico e baixista, que aliais, teve uma fenomenal passagem nas épocas mais nobres do Deep Purple (assunto do próximo post). De certa forma o Black Sabbath é uma banda que ainda nos dias de hoje deve ter sua discografia muito ouvida e estudada pela sua importância na história do rock e na forma de como as ideias musicais gerais são acopladas a ele.
Felizmente o legado do Sabbath ainda não acabou, a volta de Ozzy e a gravação do álbum 13 que acabou de sair do forno, gerou grandes esperanças na crítica e em nós fãs é claro. Tudo leva a crer que ainda tem-se muito a extrair desses mestres do rock, muito se espera da turnê de promoção do álbum, que por coincidência passará pelo Brasil!